COM‐POR Pessoas Negras: Tecnologia Social-Ancestral
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.102826-42Palavras-chave:
Saúde Mental da População negra, Tecnologia social, Ancestralidade, Racismo, Tecnologia ancestralResumo
Este trabalho teve por objetivo compartilhar sobre o grupo de atendimento terapêutico COM-POR UERJ Pessoas Negras como uma Tecnologia Social e Ancestral. Este grupo existe desde 2019 e foi produzido no Laboratório afeTAR na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Seu compromis- so é prestar cuidado psicoterápico para pessoas negras, entendendo que o racismo disseminado na sociedade brasileira exerce um efeito adoecedor e, consequentemente, danoso para a saúde mental da população negra. Além disso, o COM-POR UERJ pode ser articulado dentro do conceito de economia criativa, uma vez que utiliza o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual de indivíduos para gerar soluções inovadoras e sustentáveis. Assim, desde a sua elaboração, o dispositivo é entendido como uma Tecnologia Social, pois como um dispositivo que pode ser replicado, apresenta-se como uma das possíveis soluções para uma demanda social. Contudo, à medida que avançamos em sua consolidação, nos damos conta de que mais do que uma Tecnologia Social, ele é, e sempre foi, uma Tecnologia Ancestral, sendo um instrumento de resgate da valorização dos modos de ser e estar no mundo como pessoa negra, e regeneração do tecido social esgarçado diante de tanta desigualdade.
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