Relações de consumo de mulheres com as bolsas de luxo
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.822146-162Palavras-chave:
Luxo, Bolsas de luxo, Consumo, Marcas de luxo, Comportamento do consumidorResumo
Este estudo exploratório investigou as relações de consumo de mulheres brasileiras de alto poder aquisitivo com bolsas genuínas de marcas de luxo internacionais. Usando como inspiração o método dos itinerários, foram conduzidas entrevistas em profundidade com possuidoras desses objetos, abordando as fases de compra, uso e descarte. A análise dos relatos foi conduzida com base nas cinco principais motivações apontadas pela literatura para o consumo de itens de luxo — a qualidade percebida, a singularidade percebida, a conspicuidade percebida, o hedonismo percebido e a autoexpressão percebida. Os resultados revelam a presença desses fatores de natureza pessoal e não pessoal nas visões das respondentes sobre o conceito de luxo e sobre as marcas dessa categoria e nas diversas fases de sua relação com esses objetos.
Referências
AAKER, D.; KELLER, K. Consumer evaluations of brand extensions. Journal of Marketing, v. 54, n. 1, p. 27-41, 1990. https://doi.org/10.2307/1252171
ALLÉRÈS, D. Paradoxo das estratégias de marketing de luxo. Revista ESPM, v. 6, n. 4, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA (ABEP). Critério Brasil. Brasil: Abep, 2019. Disponível em: http://www.abep.org/criterio-brasil. Acesso em: 18 jan. 2021.
BAIN & COMPANY. Mercado global de bens pessoais de luxo atinge € 288 bilhões em 2021, aponta estudo da Bain. Bain & Company, 2022. Disponível em: https://www.bain.com/pt-br/about/media-center/press-releases/south-america/2022/mercado-global-de-bens-pessoais-de-luxo-atinge--288-bilhoes-em-2021-aponta-estudo-da-bain/. Acesso em: 28 dez. 2022.
BEARDEN, W.O.; ETZEL, M.J. Reference group influence on product and brand purchase decisions. Journal of Consumer Research, v. 9, n. 2, p. 183-194, 1982.
BELK, R. Possessions and the extended self. Journal of Consumer Research, v. 15, n. 2, p. 139-168, 1988. https://doi.org/10.1086/209154
BERRY, C. The idea of luxury: a conceptual and historical investigation. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusc, 2007.
BROCK, T.C. Implications of commodity theory for value change. In: GREENWALD, A.G.; BROCK, T.C.; OSTROM, T.M. (org.). Psychological foundations of attitudes. Academic Press, 1968. p. 243-275.
CANCLINI, N. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1999.
CASOTTI, L.; SUAREZ, M.; CAMPOS, R. O tempo da beleza: consumo e comportamento feminino, novos olhares. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
CASTARÈDE, J. O luxo: os segredos dos produtos mais desejados do mundo. São Paulo: Barcarolla, 2005.
CHEN, H.; ISA, S.M.; YANG, S. Brand awareness, brand credibility, brand self-congruity and purchase intention for luxury brands (IE Handbag): an empirical study of Chinese consumers. International Journal of Education, Psychology and Counselling, v. 7, n. 47, p. 70-78, 2022. https://doi.org/10.35631/IJEPC.747007
CHEVALIER, M.; MAZZALOVO, G. Luxury brand management: a world of privilege. Toronto: John Wiley & Sons, 2008.
CRESWELL, J.W. Projeto de pesquisa: método qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2010.
CRESWELL, J.W. Qualitative inquiry and research design: choosing among five approaches. Thousand Oaks: Sage, 2013.
DE BARNIER, V.; RODINA, I.; VALETTE-FLORENCE, P. Which luxury perceptions affect most consumer purchase behavior? A cross-cultural exploratory study in France, the United Kingdom and Russia. Proceedings des Congrés Paris-Venise des Tendences Marketing, Paris, v. 2, n. 3, p. 8-17, 2006.
DESJEUX, D. Les sciences sociales. Paris: PUF, 2004.
DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2013.
DUBOIS, B.; LAURENT, G. Attitudes towards the concept of luxury: an exploratory analysis. In: COTE, J.A.; LEONG, S.M. (org.). ACR Asia-Pacific advances in consumer research. Provo: Association for Consumer Research, 1994. v. 1. p. 273-278.
DUBOIS, B.; LAURENT, G.; CZELLAR, S. Consumer rapport to luxury: analyzing complex and ambivalent attitudes. Paris: HEC, 2001.
DUBOIS, B.; PATERNAULT, C. Observations: understanding the world of international luxury brands: the “dream formula.” Journal of Advertising Research, v, 35, n. 4, p. 69-76, 1995.
FERREIRA, A. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
FLOCH, J. Sémiotique, marketing et communication: sous les signes, les stratégies. Paris: PUF, 1990.
FOROUDI, P.; GUPTA, S.; NAZARIAN, A.; DUDA, M. “Digital technology and marketing management capability: achieving growth in SMEs”. Qualitative Market Research, v. 20, n. 2, p. 230-246, 2017. https://doi.org/10.1108/QMR-01-2017-0014
FROMKIN, H.L.; SNYDER, C.R. The search for uniqueness and valuation of scarcity. In: GERGEN, K.J.; GREENBERG, M.S.; WILLIS, R.H. (org.). Social exchange. Boston: Springer, 1980. p. 57-75.
GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, M.W.; GASKELL, G. (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.
GEHMAN, J.; GLASER, V.L.; EISENHARDT, K.M.; GIOIA, D.; LANGLEY, A.; CORLEY, K.G. Finding theory-method fit: a comparison of three qualitative approaches to theory building. Journal of Management Inquiry, v. 27, n. 3, p. 284-300, 2018. https://doi.org/10.1177/1056492617706029
GFK; MCF CONSULTORIA. O mercado de luxo no Brasil. GFK, 2013. Disponível em: http://www.gfk.com/insights/press-release/gfk-e-mcf-consultoria-apresentam-os-resultados-da-6a-edicao-da-pesquisa-o-mercado-de-luxo-no-brasil/. Acesso em: 13 maio 2016.
GHOSH, A.; VARSHNEY, S. Luxury goods consumption: conceptual framework based on literature review. South Asian Journal of Management, v. 20, n. 2, p. 146-159, 2013.
HEMETSBERGER, A.; VON WALLPACH, S.; BAUER, M. “Because I’m worth it”: luxury and the construction of consumers’ selves. Advances in Consumer Research, v. 40, p. 483-489, 2012.
HOR-MEYLL, L.F.; SCHORR, A.; PESSOA, L.A.G. Motivações para comprar objeto de luxo: Bolsas LV. Pretexto, v. 13, n. 3, p. 130-149, 2012. https://doi.org/10.21714/pretexto.v13i3.1153
KAPFERER, J.N. Abundant rarity: the key to luxury growth. Business Horizons, v. 55, n. 5, p. 453-462, 2012. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2012.04.002
KAPFERER, J.N.; MICHAUT, A. Luxury and sustainability: a common future? The match depends on how consumers define luxury. Luxury Research Journal, v. 1, n. 1, p. 3-17, 2015. https://doi.org/10.1504/LRJ.2015.069828
KASUMA, J.; YACOB, Y.; JAMADIN, N.; SHAFIEE, A.S.; SULAIMAN, S. Determinants of purchasing luxury handbags among the generation Y. Journal of Scientific Research and Development, v. 3, n. 5, p. 87-92, 2016.
KING, J. Handbags as brand signatures may appease millennials’ desire for uniqueness. Luxury Daily, 2016. Disponível em: https://www.luxurydaily.com/positioning-handbags-as-brand-signature-may-appease-millennials-desire-for-uniqueness/. Acesso em: 21 jan. 2021.
KLEINE, R.; KLEINE, S.S. Consumption and self-schema changes throughout the identity project life cycle. In: HOCH, S.J.; MEYER, R.J. (org.). ACR North American Advances. Provo: Association for Consumer Research, 2000. p. 279-285.
LEIBENSTEIN, H. Bandwagon, snob and veblen effects in the theory of consumers’ demand. The Quarterly Journal of Economics, v. 64, n. 2, p. 183-207, 1950. https://doi.org/10.2307/1882692
LEVY, S.J. Symbols for sale. Harvard Business Review, v. 37, 1959.
LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal: ensaios sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
LIPOVETSKY, G. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
LIPOVETSKY, G.; ROUX, E. O luxo eterno: da idade do sagrado ao tempo das marcas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
LIU, W.; RICHARD, E.; WONG, K. Dump it out: a study on the handbag. In: YI, X.; XIAO, J.J.; COTTE, J.; PRICE, L. (org.). ACR Asia-Pacific Advances in Consumer Research. Duluth: Association for Consumer Research, 2011. v. 9. p. 269-277.
LIVRAMENTO, M.; HOR-MEYLL, L.F.; PESSÔA, L.A.G. de P. Mulheres de baixa renda: por que compram produtos de beleza? Anais do EnANPAD. Rio de Janeiro: Anpad, 2011.
LYNN, M. Scarcity effects on value: a quantitative review of the commodity theory literature. Psychology & Marketing, v. 8, n. 1, p. 43-57, 1991. https://doi.org/10.1002/mar.4220080105
MASON, R.S. Conspicuos consumption. Farnborough: Gower, 1981.
MICK, D.; DEMOSS, M. Self-gifts: phenomenological insights from four contexts. Journal of Consumer Research, v. 17, n. 3, p. 322-332, 1990. https://doi.org/10.1086/208560
MORAES, R. O marketing e a arte do luxo: e inspirações para outros segmentos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2019.
NUENO, J.; QUELCH, J. The mass marketing of luxury. Business Horizons, v. 41, n. 6, p. 61-68, 1998. https://doi.org/10.1016/S0007-6813(98)90023-4
PASSARELLI, S. O universo do luxo: marketing e estratégia para o mercado de bens e serviços de luxo. São Paulo: Manole, 2010.
PATTON, M.Q. Qualitative evaluation and research methods. Londres: Sage, 2002.
PINHO, J.B. O poder das marcas. São Paulo: Summus, 1996.
RIVEIRA, C. Onde não houve crise: setor de luxo espera alta ainda maior até 2023. Exame, 2019. Disponível em: https://exame.com/negocios/onde-nao-houve-crise-setor-de-luxo-espera-alta-ainda-maior-ate-2023/. Acesso em: 13 jan. 2021.
ROCHA, E. A sociedade do sonho: comunicação, cultura e consumo. Rio de Janeiro: Mauad, 2012.
SIRGY, M. Self-concept in consumer behavior: a critical review. The Journal of Consumer Research, v. 9, n. 3, p. 287-300, 1982.
SOLCA, L.; WING, M. LVMH: king of the luxury jungle. Londres: Bernstein Research, 2009.
SPROTT, D.; CZELLAR, S.; SPANGENBERG, E. The importance of a general measure of brand engagement on market behavior: development and validation of a scale. Journal of Marketing Research, v. 46, n. 1, p. 92-104, 2009. https://doi.org/10.1509/jmkr.46.1.92
STREHLAU, S. Marketing do luxo. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
TIDWELL, P.; DUBOIS, B.A. Cross-cultural comparison of attitudes toward the luxury concept Australia & France. In: BELK, R.; GROVES, R. (org.). Asia Pacific Advances in Consumer Research. Provo: Association for Consumer Research, 1996. v. 2. p. 31-35.
TUAN, Y.F. The significance of the artifact. Geographical Review, v. 70, n. 4, p. 462-472, 1980. https://doi.org/10.2307/214079
VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
VIGNERON, F.; JOHNSON, L. Measuring perceptions of brand luxury. Journal of Brand Management, v. 11, n. 6, p. 484-506, 2004. https://doi.org/10.1057/palgrave.bm.2540194
WOODSIDE, A.G.; WILSON, E.J. Case study research methods for theory building. Journal of Business & Industrial Marketing, v. 18, n. 6-7, p. 493-508, 2003. https://doi.org/10.1108/08858620310492374
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rosana Dias Guedes de Moraes, Ana Christina Celano Teixeira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
Ressaltamos que a responsabilidade dos artigos é de exclusividade do(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, a opinião dos Editores ou da ESPM.
