Cultura material: sobre uma vivência entre tangibilidades e simbolismos
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.2641-53Resumo
O presente artigo aborda o objeto como um registro da complexidade social, onde é possível identificar relações de poder, padrões de pensamento e processos de simbolização, ao mesmo tempo em que hierarquizações sociais e funcionais podem ser percebidas com a intenção de esclarecer e tornar mais compreensíveis as tensões que surgem no cotidiano da vida humana. Não há como contar a história do mundo usando apenas textos. Embora a escrita apresente-se como uma últimas conquistas da humanidade, grande parte dos registros, entre preocupações, crenças e aspirações, foram legados pelos objetos materiais, em uma história contada de forma assimétrica. O entendimento da vida antiga dos artefatos passou a exigir estruturas de perícia da Arqueologia e Antropologia, envolvendo-nos com os objetos de forma generosa e poética, na esperança de alcançar os vislumbres de compreensão que eles nos poderiam oferecer. Na abordagem realizada no presente artigo, podemos ver que trata-se de um processo complexo e incerto no qual os objetos, alcançáveis apenas através de camadas de tradução cultural, precisam ser rigorosamente examinados e imaginados de novo em suas utilizações. Percepções e perguntas fomentam atos de interpretação, entre apropriações imaginativas e poéticas essenciais, para auxiliar o entendimento das histórias usando objetos. Uma história contada por objetos depende por completo da matéria que sobrevive do seu uso, ressaltando que tornam-se documentos não apenas do mundo para o qual foram destinados, mas também para os períodos posteriores que o alteraram.
Referências
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Roche, D. História das Coisas Banais. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
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