“No more waiting!”: desigualdade de gênero no entretenimento cinematográfico
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.617125-138Resumo
Este ensaio teórico tem o objetivo de incitar reflexões sobre a diversidade de gênero no contexto organizacional. Limitando-se ao campo da indústria audiovisual, buscou-se refletir sobre o recente papel da mulher no ambiente da produção cinematográfica. Nesse sentido, são apresentados os embasamentos teóricos acerca da diversidade de gênero nas organizações e sobre a mulher, especificamente no campo de trabalho da produção audiovisual. Com a apresentação de estudos empíricos atuais, este estudo abordou uma análise descritiva de dados atuais do mercado cinematográfico mundial e, mais detalhadamente, do mercado brasileiro. Com base nas discussões e reflexões sobre a indústria cinematográfica, verifica-se que o mercado do audiovisual ainda é predominantemente dos homens. Este panorama vigente apresenta evidências de um esforço de movimentos feministas, incluindo a classe trabalhadora desse campo organizacional. Parte desses movimentos recebe apoio de iniciativas governamentais, que objetivam uma produção cinematográfica com maior diversidade de gênero. Sugere-se uma agenda de trabalhos sobre diversidade para os EOR. Indo além do papel representacional da mulher nos campos organizacionais, estudos que avaliem a representação de outros grupos minoritários e que promovam a diminuição das desigualdades nas organizações são extremamente necessários.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Diversidade de gênero e raça nos lançamentos brasileiros de 2016. 2016. Disponível em: <https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/apresentacoes/Apresentra%C3%A7%C3%A3o%20Diversidade%20FINAL%20EM%2025-01-18%20HOJE.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.
ALVES, P.; ALVES, J. E. D.; SILVA, D. B. do N. Mulheres no Cinema Brasileiro. Caderno Espaço Feminino, v. 24, n. 2, p. 365-394, 2011.
ALVES, P.; COELHO, P Discursos, performatividades e padrões visuais no cinema: reflexões sobre as representações de gênero, o mercado cinematográfico e o cinema de mulheres. ACENO, v. 2, n. 3, p. 159-176. 2015.
ARAÚJO, M. P. F.; CASTRO, C. L. C. Políticas de gestão de pessoas destinadas aos profissionais com deficiência: um estudo em uma organização hoteleira da cidade do Rio de Janeiro. Turismo: Visão e Ação, v. 15, n. 2, p. 262-262, 2013.
CALAS, M.; SMIRCICH, L. Do ponto de vista da mulher: abordagens feministas em estudos organizacionais. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C; NORD, W. (Orgs.). Handbook de Estudos Organizacionais, v.1, São Paulo: Atlas, 1999.
CISNE, M.;MEDEIROS; L. G.; CASTRO, V. V. Por trás da tela de cinema, há violência contra as mulheres: uma análise da importância do movimento #MeToo. O Público e o Privado, v. 18, n. 17, p. 183-210, 2020.
COUTINHO, L. R. S.; COSTA, A. M.; CARVALHO, J. L. F. D. S. Debatendo diversidade de gênero e raça no contexto organizacional brasileiro: lei do mercado ou cotas por lei?. Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 4, n. 1, p. 21-37, 2009.
DAVIDSON, M. J.; COOPER, C. L. Shattering the glass ceiling: the woman manager.
London: Paul Chapman Publishing Ltd, 1992.
EZZEDEEN, S. R. Portrayals of career women in Hollywood films: implications for the glass ceiling’s persistence. Gender in Management: An International Journal, v. 30, n. 3, p.239-264, 2015.
FARIA, L. da C.; TAVEIRA, M. do C.; SAAVEDRA, L. M. Exploração e decisão de carreira numa transição escolar: diferenças individuais. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v. 9, n. 2, p. 17-30, dez. 2008.
FERREIRA, J. B.; SADOYAMA, A. S. P.; CORREIA, A. F. C.; GOMES, P. A. Diversidade e Gênero no Contexto Organizacional: um Estudo Bibliométrico. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 9, n. 3, p. 45-66, 2015.
FILIPPIM, E. S.; SCHUMARCHER, M.; ALPERSTEDT, G. D. A Inserção de Imigrantes Haitianos em uma Organização no Sul do Brasil: Dificuldades e Desafios. Gestão e Sociedade, v. 12, n. 31, p. 2067-2095, 2018.
FLEURY, M. T. L. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 3, p. 18-25, 2000.
GIMENEZ, F. A. P. A competição na distribuição do cinema brasileiro de 1995 a 2017. Revista Livre de Cinema, v. 6, n. 2, p. 83-93, 2019.
GIMENEZ, F. A. P. A presença da mulher na direção do cinema brasileiro
Contemporâneo. In: SIMPÓSIO GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS. VI SGPP, 2020, Londrina, Anais… Londrina: VI SGPP , 2020. p. 1496- 1522.
GRUPO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES DA AÇÃO AFIRMATIVA (GEMAA). Boletim GEMAA 2: Raça e Gênero no Cinema Brasileiro (1970-2016). 2016. Disponível em: <http://gemaa.iesp.uerj.br/boletins/boletim-gemaa-2-raca-e-genero-no-cinema-brasileiro-1970-2016/>. Acesso em: 08 maio 2018.
GONÇALVES, E. B. P.; ESPEJO, M. M. D. S. B.; ALTOÉ, S. M. L.; VOESE, S. B. Gestão da diversidade: um estudo de gênero e raça em grandes empresas brasileiras. Enfoque Reflexão Contábil, v. 35, n. 1, p. 95-112, 2016.
HANASHIRO, D. M. M.; CARVALHO, S. G. Diversidade Cultural: panorama atual e reflexões para a realidade brasileira. Revista Eletrônica de Administração, v. 11, n. 5, p. 1-21, 2005.
HENDERSON, P. A.; FERREIRA, M. A. A.; DUTRA, J. S. As Barreiras para a Ascensão da Mulher a Posições Hierárquicas: um Estudo sob a Óptica da Gestão da Diversidade No Brasil. Revista de Administração da UFSM, v. 9, n. 3, p. 489-505, 2016.
HOLANDA, K. Da História das Mulheres ao Cinema Brasileiro de Autoria Feminina. Revista FAMECOS: Mídia, Cultura e Tecnologia, v. 24, n. 1, p. 01-18, 2017a.
HOLANDA, K. Cinema brasileiro (moderno) de autoria feminina. In: HOLANDA, K.; TEDESCO, M. C. (Org.) Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas: Papirus, 2017b. p. 43-58.
HOLANDA, K.; TEDESCO, M. Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. São Paulo: Papirus, 2017.
HOLLANDA, H. B. Prefácio. In: HOLANDA, K.; TEDESCO, M. C. (Org.) Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas: Papirus, 2017. p. 7-8.
HYMOWITZ, C.; SCHELHARDT, T. D. Why women can’t seem to break the invisible barrier that blocks them from the top jobs. The Wall Street Journal, v. 57, n. 1, p. 4-5, 1986.
KAMITA, R. C. Relações de gênero no cinema: contestação e resistência. Revista Estudos Femininos, v. 25, n. 3, p. 1393-1404, 2017.
KAPLAN, E. A. A mulher e o cinema: os dois lados da câmera. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
KAPLAN, E. A. Global Feminisms and the State of Feminist Film Theory. Journal of Women in Culture and Society. v, 30, n. 1, p. 1236-1248, 2004.
LAGE, M. L. C.; SOUZA, E. M. Da Cabeça aos Pés: Racismo e Sexismo no Ambiente Organizacional. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 11, n. Ed. Especial, p. 55-72, 2017.
LAUZEN, M. M. It’s a Man’s (Celluloid) World: Portrayals of Female Characters in the 100 Top Films of 2017. Center for the Study of Women in Television and Film, School of Theatre, Television and Film, San Diego State University, San Diego, CA. 2018a. Disponível em: <https://womenintvfilm.sdsu.edu/wp-content/uploads/2018/03/2017_Its_a_Mans_Celluloid_World_Report_3.pdf> Acesso em: 06 maio 2018.
LAUZEN, M. M. The Celluloid Ceiling: Behind the Scenes Employment of Women in the Top 100, 250 and 500 Films of 2017. Center for the Study of Women in Television and Film, School of Theatre, Television and Film, San Diego State University, San Diego, CA. 2018b. Disponível em: < https://womenintvfilm.sdsu.edu/wp-content/uploads/2018/01/2017_Celluloid_Ceiling_Report.pdf> Acesso em: 04 abr. 2018.
LAUZEN, M. M.; DOZIER, D. M. The role of women on screen and behind the scenes in the television and film industries: review of a program of research. Journal of Communication Inquiry, v. 23, n. 4, p. 355-373, 1999.
LIPSHITS-BRAZILER, Y.; TATAR, M. Perceived career barriers and coping among youth in Israel: ethnic and gender differences. Journal of Vocational Behavior, vol. 80, n. 2, p. 545-554, 2012.
MACCALI, N.; SOUZA KUABARA, P. S.; WÜNSCH TAKAHASHI, A. R., DE DÉA ROGLIO, K.; DE TOLEDO MARTINS BOEHS, S. As práticas de recursos humanos para a gestão da diversidade: a inclusão de deficientes intelectuais em uma federação pública do Brasil. Revista de Administração Mackenzie, v. 16, n. 2, p. 157-187, 2015.
MANNIL, B. M. The gendered film worker: Women in cinema collective, intimate publics and the politics of labour. Studies in South Asian Film & Media, v.11,n. 2, p. 191-207, 2020.
MELO, M. R de. Barreiras de Carreira, Adaptabilidade e Satisfação: Percepções de Alunos Formandos em Administração em Instituições de Educação Superior. 2018. 110 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, janeiro de 2018.
MENEGHETTI, F. K. O que é um ensaio-teórico? Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 15, n. 2, p. 320-332, 2011.
NAGIB, L. Além da diferença: a mulher no Cinema da Retomada. Devires, v. 9, n. 1, p. 14-29, 2012.
OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DO CINEMA E AUDIOVISUAL (OCA). Agência Nacional do Cinema (ANCINE): Gênero na direção das obras brasileiras veiculadas na TV Paga 2017. 2017. Disponível em: <https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/genero_na_direcao_das_obras_brasileiras_veiculadas_na_tv_paga_2017.pdf>. Acesso em: 12 maio 2018.
PEREIRA, A. C. S. A mulher cineasta: Da arte pela arte a uma estética da diferenciação". Covilhã, Portugal: Ars. 2016. Disponível em:< http://www.labcom-ifp.ubi.pt/livro/256>. Acesso em: 04 fev. 2018.
PESSOTTO, A. H. A CineastA: Você conhece audiovisual brasileiro feito por mulheres?. 2018. Disponível em: < http://acineasta.com.br/>. Acesso em: 11 maio 2018.
POMPEU, S. L. E.; SOUZA, E. M. A Produção Científica sobre Sexualidade nos Estudos Organizacionais: Uma Análise das Publicações Realizadas entre 2005 e 2014. Organizações & Sociedade, v. 25, n. 84, p. 50-67, 2018.
SILVA, A. Quando as Mulheres Filmam: história e gênero no cinema dos anos da ditadura. Revista Esboços, v. 19, n. 27, p. 14-31, 2012.
SILVA, M. Z. Pensamentos negativos de carreira e aspectos psicológicos relacionados à satisfação com os resultados alcançados na vida e na carreira. 2016. 115 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, abril de 2016.
SILVERSTEIN, M. Guess what? Women buy more movie tickets than men. Women and Hollywood. 2010. Disponível em: < http://womenandhollywood.com/guess-what-women-buy-more-movie-tickets-than-men-2/>. Acesso em: 02 mar. 2018.
SOUZA, E. M. A Teoria Queer e os Estudos Organizacionais: Revisando Conceitos sobre Identidade. Revista de Administração Contemporânea, v. 21, n. 3, p. 308-326, 2017.
SOUZA, E. "Contando nossas próprias histórias: Mulheres negras arquitetando o cinema brasileiro". IN: VÁRIOS AUTORES. Avanca Cinema International Conference. Avanca: Cine-Clube de Avanca, p. 485-502, 2016.
SOUZA, E. M.; CORVINO, M. M. F.; LOPES, B. C. Uma análise dos estudos sobre o feminino e as mulheres na área da Administração: a produção científica brasileira entre 2000 a 2010. Organizações & Sociedade, v. 20, n. 67, p. 603-621, 2013.
TANRIÖVER, H. U. Women as film directors in Turkish cinema. European Journal of Women's Studies, v. 24, n. 4, p. 321-335, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
Ressaltamos que a responsabilidade dos artigos é de exclusividade do(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, a opinião dos Editores ou da ESPM.