Consumidores portugueses e garrafas reutilizáveis: uma análise sobre compra conspícua

Autores

  • Silvia Rafaela Pinto Ribeiro Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto
  • Luciane Albuquerque Sá de Souza Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (Portugal); Faculdade Estácio Paraíba (Brasil) http://orcid.org/0000-0001-8934-2231
  • Samuel Lincoln Bezerra Lins Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto http://orcid.org/0000-0001-6824-4691

Palavras-chave:

Consumo conspícuo. Garrafas reutilizáveis. Atitudes. Intenção de compra.

Resumo

Consumo conspícuo e consumo sustentável parecem antagônicos, mas nem sempre o são. Esta pesquisa, quantitativa, objetivou perceber o comportamento dos consumidores portugueses em relação aos produtos sustentáveis (garrafas reutilizáveis), focando a relação atitudes-intenção de compra, verificando se valores de consumo estético, conspícuo e utilitário e normas sociais tem efeito de moderação nessa relação. A comparação social revelou-se importante, visando saber se as garrafas Sao consumidas conspicuamente. Do estudo 1, participaram 105 pessoas, sendo 69,5% do sexo feminino, com idades entre 18 e 55 anos, e identificou-se que o item que obteve maior percentagem (56,2%) foram as garrafas reutilizáveis. Do estudo 2, fizeram parte 524 pessoas, com idades entre 18 e 70 anos, a maioria (67%) do sexo feminino. Realizaram-se análises: fatorial confirmatória, cargas fatoriais de cada item, variância média extraída, confiabilidade composta, ômega de McDonald’s e correlação de Pearson. Os resultados apontaram que as pessoas pensam nos produtos ecológicos como alternativas para proteger o planeta, já que consumo e uso de produtos feitos de materiais reciclados e sustentáveis ajudam nessa preservação. Observaram-se efeitos significativos nas relações entre atitudes e intenção de compra, e valores de consumo, normas sociais e comparação social não assumiram efeito de moderação significativo nessa relação. A comparação social não apresentou efeito significativo, mostrando que garrafas reutilizáveis não são consumidas conspicuamente. 

Biografia do Autor

Silvia Rafaela Pinto Ribeiro, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Psicóloga

Luciane Albuquerque Sá de Souza, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (Portugal); Faculdade Estácio Paraíba (Brasil)

Administradora;
Mestrado e Doutorado em Psicologia Social;
Investigadora (Pós-doutoranda) na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto (Portugal);
Investigadora do Programa Pesquisa Produtividade da Faculdade Estácio;
Consultora organizacional certificada pelo Disney Institute;
Vice-Presidente da Academia Paraibana de Ciência da Administração – APCA;
Consultora sênior na Brami Consultoria;
Professora dos Cursos de Negócios na Faculdade ESTÁCIO;
Coordenadora do MBA em Gestão Estratégica de Pessoas na Faculdade Estácio;
Ex-Conselheira e Diretora Institucional do CRA-PB;
Ex-Diretora de Inovação da ABRH-PB.

Samuel Lincoln Bezerra Lins, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal. Investigador do Laboratório de Psicologia Social (LPS) do Centro de Psicologia da Universidade do Porto (CPUP). Doutor em Psicologia (Universidade do Porto) Mestre em Psicologia Social (Universidade Federal da Paraíba - UFPB), Licenciado e Formado em Psicologia na área Clínica/Psicanálise (UFPB), Bacharel em Administração (UFPB). Estágio de pós-doutoramento realizado no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Referências

AAGERUP, U.; NILSSON, J. Green consumer behavior: being good or seeming good? Journal of Product and Brand Management, 2016, 25(3), 274–284. Disponível em: https://doi.org/10.1108/JPBM-06-2015-0903

AJZEN, I.; FISHBEIN, M. The Prediction of Behavioral Situation. Journal of Experimental Social Psychology, 1969, 5(1967), 400–416.

AMALDOSS, W.; JAIN, S. Pricing of conspicuous goods: A competitive analysis of social effects. Journal of Marketing Research, 2005, 42(1), 30–42. Disponível em: https://doi.org/10.1509/jmkr.42.1.30.56883

ASSIMOS, B. M.; PINTO, M. R.; LEITE, R. S.; ANDRADE, M. L. (2019). O Consumo Conspícuo e Suas Relações com Consciência. BBR. Brazilian Business Review, 2019, Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1808-23862019000400350&script=sci_arttext&tlng=pt

ATIF, M.; CHARFI, A. A.; LOMBARDOT, E. Why do some Consumers Consume Ethically? A Contingency Framework for Understanding Ethical Decision Making. Jornal of Marketing Research and Case Studies, 2013, 1–20. Disponível em: https://doi.org/10.5171/2013.420183

BAKER, S. Sustainable development and consumption: the ambiguities - the Oslo Ministerial Roundtable Conference on sustainable Production and Consumption, Oslo, 6-10 February 1995. Environmental Politics, 1996 5(1), 93–99. Disponível em: https://doi.org/10.1080/09644019608414249

BORGES, G. R.; BEURON, T. A.; STTOLL, R. G.; GARLET, V. (2019). The Influence of Sustainable Consumption in the Decision To Purchase Organic Products. Amazon, Organizations and Sustainability, 2019, 8(1), 129–144. Disponível em: http://dx.doi.org/10.17800/2238-8893/aos.v8n1jan/jun2019p129-144

CAMARGO, B.; JUSTO, A. (2013). Tutorial para uso do software de análise textual Iramuteq. Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição. Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, 2013.

CHAN, K. Mass communication and pro- environmental behaviour: waste recycling in Hong Kong. February, 1998, 317–325.

CHARTERS, S. Aesthetic Products and Aesthetic Consumption: A Review. Consumption Markets & Culture, 2006 9(3), 235–255. Disponível em: https://doi.org/10.1080/10253860600772255

CHAUDHURI, H. R.; MAZUMDAR, S.; GHOSHAL, A. Conspicuous consumption orientation: Conceptualisation, scale development and validation. Journal of Consumer Behaviour, 2011, 10, 216–224. Disponível em: https://doi.org/10.1002/cb

CORNEO, G.; JEANNE, O. Conspicuous consumption, esnobebism and conformism. Journal of Public Economics, 1997, 66(1), 55–71. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0047-2727(97)00016-9

DIXON, J. A.; FALLON, L. A. The concept of sustainability: Origins, extensions, and usefulness for policy. Society and Natural Resources, 1989, 2(1), 73–84. Disponível em: https://doi.org/10.1080/08941928909380675

FAN, L. S. Effects of Resource Scarcity on the Consumer Decision Making Process. Advances in Consumer Research, 2017, 45, 85–90.

FESTINGER, L. A theory of social comparison processes. In Human Relations, 1954, Vol. 7, Issue 2, pp. 117–140.

GIERL, H.; HUETTL, V. Are scarce products always more attractive? The interaction of different types of scarcity signals with products’ suitability for conspicuous consumption. International Journal of Research in Marketing, 2010, 27(3), 225–235. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ijresmar.2010.02.002

GRISKEVICIUS, V.; TYBUR, J. M.; VAN DEN BERGH, B. Going Green to Be Seen: Status, Reputation, and Conspicuous Conservation. Journal of Personality and Social Psychology, 2010, 98(3), 392–404. Disponível em: https://doi.org/10.1037/a0017346

HANZAEE, K. H.; REZAEYEH, S. P. Investigation of the effects of hedonic value and utilitarian value on customer satisfaction and behavioural intentions. African Journal of Business Management, 2013, 7(11), 818–825. Disponível em: https://doi.org/10.5897/AJBM11.728

JUNG, H. J.; CHOI, Y. J.; OH, K. W. Influencing Factors of Chinese Consumers’ Purchase Intention to Sustainable Apparel Products: Exploring Consumer “Attitude–Behavioral Intention” Gap. Sustainability, 2020, 12(5), 1770. Disponível em: https://doi.org/10.3390/su12051770

LARIOS-GOMÉZ, E. Green Purchase Behavior: a study regarding mexican millennial consumers, 2019, 19(2), 5–15. Disponível em: https://doi.org/https://orcid.org/0000-0002-3514-1319

MANN, B. J. S.; SAHNI, S. K. Exploring the drivers of status consumption for the wedding occasion. International Journal of Market Research, 2015, 57(2), 179–202. Disponível em: https://doi.org/10.2501/IJMR-2015-017

MAZZOCCO, P. J.; RUCKER, D. D.; GALINSKY, A. D.; ANDERSON, E. T. Direct and vicarious conspicuous consumption: Identification with low-status groups increases the desire for high-status goods. Journal of Consumer Psychology, 2012, 22(4), 520–528. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jcps.2012.07.002

OVERBY, J. W.; LEE, E. J. The effects of utilitarian and hedonic online shopping value on consumer preference and intentions. Journal of Business Research, 2006, 59(10–11), 1160–1166. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2006.03.008

RIBEIRO, J. A.; VEIGA, R. T. Proposição de uma escala de consumo sustentável. Revista de Administração, 2011, 45–60. Disponível em: https://doi.org/10.5700/rausp0997

SÁNCHEZ-FERNÁNDEZ, R.; INIESTA-BONILLO, M. Á.; HOLBROOK, M. B. The conceptualisation and measurement of consumer value in services. International Journal of Market Research, 2009, 51(1), 93–113. Disponível em: https://doi.org/10.2501/S1470785308200328

SCHNEIDER, S.; SCHUPP, J. The Social Comparison Scale. SOEPpapers on Multidisciplinary Panel Data Research, 2011, May 2014.

SHETH, J. N; NEWMAN, B. I.; GROSS, B. L. Why We Buy What We Buy: A Theory of Consumption Values: Discovery Service for Air Force Institute of Technology. Journal of Business Research, 1991, 22(2), 159–170. Disponível em: http://eds.b.ebscohost.com.afit.idm.oclc.org/eds/detail/detail?vid=3&sid=c553a916-c484-4f2b-8f4a-263242c3e223%40sessionmgr120&bdata=JnNpdGU9ZWRzLWxpdmU%3D#AN=17292155&db=bth

TORMALA, Z. L.; BRIÑOL, P. Attitude change and persuasion: Past, present, and future directions. In The Cambridge Handbook of Consumer Psychology (Issue February), 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1017/CBO9781107706552.002

VERMEIR, I.; VERBEKE, W. Sustainable food consumption: Exploring the consumer “attitude - Behavioral intention” gap. Journal of Agricultural and Environmental Ethics, 2006, 19(2), 169–194. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10806-005-5485-3

VOSS, T. Game theoretical perspectives on the emergence of social norms. In Social Norms (Hechter, M. and Opp, K.D., eds), 2001, pp. 105–138, Russell Sage Foundation

WANG, J.; SHEN, M.; CHU, M. Why is green consumption easier said than done? Exploring the green consumption attitude-intention gap in China with behavioral reasoning theory. Cleaner and Responsible Consumption, 2021, 2(September 2020). Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.clrc.2021.100015

WELSCH, H.; KÜHLING, J. Determinants of pro-environmental consumption : The role of reference groups and routine behavior. Ecological Economics, 2009, 69(1), 166–176. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2009.08.009

ZEITHAML, V. A. Consumer Perceptions of Price, Qualitye. Journal of Marketing, 1988, 52(3), 2–22. Disponível em: https://doi.org/10.2307/1251446

Downloads

Publicado

2022-05-30

Edição

Seção

Dossiê Consumo e Sociabilidades 3: consumo em tempos de pandemia.