Destinos turísticos inteligentes: uma análise da governança turística de Búzios
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.925151-167Palabras clave:
Destinos turísticos, Destinos turísticos inteligentes, GovernançaResumen
Na década de 1990, surgiu o termo smart city, ou cidade inteligente, com o significado atrelado ao desenvolvimento urbano. A partir desse termo, foi desenvolvido o conceito de destinos turísticos inteligentes, que são capazes de trazer mais inovação, competitividade, melhoria da qualidade de vida e da experiência turística em um território. Para que esses benefícios aconteçam, é necessário que o local receba investimentos principalmente nas áreas de sustentabilidade e tecnologia da informação e comunicação. Além disso, empresas, moradores e a governança local devem estar engajados no processo de transformação de um destino em inteligente, conforme critérios de certificação definidos pelo Ministério do Turismo. Em 2011, a concessionária de energia Ampla/ Enel iniciou o projeto Cidade Inteligente Búzios, voltado para melhorias na rede elétrica. Em 2016, o projeto foi encerrado sem que seu propósito tenha sido alcançado, entre outros fatores, pela falta de envolvimento dos atores locais e mudanças na governança do município. A partir desse contexto, esta pesquisa buscou identificar como a governança do turismo pode favorecer que um destino turístico se torne inteligente. Além do levantamento bibliográfico, foi feita pesquisa em documentos sobre o Projeto Cidade Inteligente Búzios, em atas das reuniões do Conselho Municipal de Turismo de Búzios e em seu regimento interno, bem como entrevistas com atores relacionados a esse Conselho.
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