A formação dos mestres de ofício da imprensa sergipana no contexto da educação profissionalizante do início do século XX
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.10299-30Palavras-chave:
Formação de tipógrafos, Sergipe Artífice, Impressos da década de 1930Resumo
Este artigo investiga a formação de tipógrafos em Sergipe partindo do estudo de 14 edições da revista Sergipe Artífice, produzida na oficina de artes gráficas da Escola de Aprendizes Artífices do estado entre os anos de 1934 e 1945. O objetivo é compreender as características históricas e de produção gráfica presentes na feitura da revista, identificando os sujeitos e suas práticas por meio do exame dos documentos históricos. Seguimos as orientações do método de análise do conteúdo segundo Bardin (1977), resumidas em três fases: pré-análise, exploração das fontes e dos resultados e interpretações. Como resultado, as autoras descobriram uma relação nominal de 31 tipógrafos aprendizes, que, no processo formativo, adquiriam conhecimentos gerais e técnicos envolvendo tipografia, impressão e encadernação. As conclusões indicam que concepções modernistas regulavam as práticas dos aprendizes de tipografia, mesmo antes da formação do profissional de design no Brasil. Este estudo também contribui para a área da História e da memória gráfica ao revelar, no campo social, que a formação em tipografia era uma possibilidade para a população negra de Aracaju no contexto pós-abolição.
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