Narrativas da modernidade: design editorial e cultura visual na revista Senhor (1959–1964)
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.102977-101Palavras-chave:
Memória gráfica, Design editorial, Gênero, Identidade cultural, Revistas ilustradasResumo
Este artigo investigou a revista Senhor (1959–1964) como artefato de memória gráfica e sua atuação como mediadora cultural em um Brasil marcado pelas tensões entre modernidades e patriarcado. Embora reconhecida por sua sofisticação gráfica e editorial, a revista ainda requer análises que a situem no campo do design como fenômeno social, especialmente em relação às representações de gênero e às escolhas visuais e editoriais que refletem o contexto sociopolítico da época. Partindo de uma abordagem sistêmica, foram analisadas prioritariamente as capas das 16 primeiras edições da revista, publicadas entre março de 1959 e junho de 1960, assim como outros elementos do projeto gráfico, por meio de uma análise semiótica articulada à literatura especializada e às referências contextuais do período. Os resultados apontaram para a atuação da revista na consolidação de um imaginário elitizado e masculino da modernidade brasileira, combinando influências locais e internacionais. A pesquisa contribuiu para os estudos sobre design editorial e cultura visual ao destacar a revista como expressão das dinâmicas socioculturais e das estruturas de poder no Brasil do século XX. Além disso, enfatizou o papel das revistas ilustradas como mediadoras de valores culturais e agentes na construção da memória gráfica.
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