Personagens femininas na animação contemporânea: um olhar a partir da teoria e da crítica feminista

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DOI:

https://doi.org/10.22398/2525-2828.411128-142

Resumo

O presente texto é parte de uma pesquisa mais ampla através da qual se busca um olhar sobre os produtos audiovisuais a partir da teoria, da crítica e, especificamente dos conceitos feministas. O artigo traz como recorte a articulação dos conceitos de público e privado e relacionados à mitologia do herói com as narrativas de Os Incríveis 2 e de Carros 3, mobilizando, para tanto, as noções sobre a construção política do gênero, a atualização das normas nas narrativas, a maneira como o patriarcado é sustentado por um sistemático reforço de “verdades” e “universalidades”. Sustentam essa abordagem as perspectivas de Susan Okin (2008), Flávia Biroli (2014) e Carole Pateman (1993) sobre os contratos sociais e sexuais; de Heleieth Saffioti (2015) sobre o próprio patriarcado; Simone de Beauvoir (1967) sobre a socialização feminina e a construção política da mulher; sobre o audiovisual como tecnologia de gênero em Teresa de Lauretis (1987) e os trabalhos de Joseph Campbel (1997), Carl Jung (2013) e Roland Barthes (1989) sobre os mitos enquanto discursos.

Biografia do Autor

Ana Paula Penkala, Universidade Federal de Pelotas

Bacharel em Jornalismo pela ECOS/UCPel; Mestre em Ciências da Comunicação pelo PPGCCOM/UNISINOS; Doutora em Comunicação e Informação pelo PPGCOM/UFRGS. Professora Adjunta dos cursos de Cinema e de Design da Universidade Federal de Pelotas. Diretora de Arte e Pesquisadora dos Estudos Feministas.

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Publicado

2019-08-20

Edição

Seção

Dossiê SEANIMA