Arte e tecnologia nos mercados: questões para discussão e análise
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.720152168Palavras-chave:
Economia criativa, Enraizamento, Sociologia econômicaResumo
Há hoje uma profícua produção científica de distintas especialidades, em diferentes países, regis trando não apenas a expansão, mas também a transformação de mercados de artes e de bens e serviços culturais. Com base em uma revisão da literatura especializada, o presente artigo analisa algumas questões de interesse sociológico que se vêm debatendo sobre as recentes transforma ções nesses mercados. A conclusão mais geral sugere que o curso de tais transformações econômi cas se sustenta em diferentes formas de enraizamento sociopolítico e institucional, relativizando tanto os enfoques que atribuem ao mecanismo de mercado uma força avassaladora quanto aque les que o concebem como a resposta mais eficiente na geração e alocação de recursos.
Referências
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
ALENCAR, E. M. L. S. de. Promovendo um ambiente favorável à criatividade nas organizações. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 2, p. 18-25, 1998.
ALMEIDA, M. I. M. de. Criatividade contemporânea e os redesenhos das relações entre autor e obra: a exaustão do rompante criador. In: ALMEIDA, M. I. M.; MACHADO-PAIS, J. (org.). Criatividade, juventude e novos horizontes profissionais. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. p. 21-55.
AMABILE, T. M. How to kill creativity. Harvard Business Review, v. 76, n. 5, p. 76-87, 1998.
BANKS, M. Craft labour and creative industries. International Journal of Cultural Policy, v. 16, n. 3, p. 305-321, 2010. https://doi.org/10.1080/10286630903055885
BARRIER, J. La science en projets: financements sur projet, autonomie professionnelle et transformations du travail des chercheurs académiques. Sociologie du Travail, v. 53, n. 4, p. 515-536, 2011. https://doi.org/10.4000/sdt.10309
BECK, U. A metamorfose do mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
BENDASSOLLI, P. F.; BORGES-ANDRADE, J. E. Significado do trabalho nas indústrias criativas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 51, n. 2, p. 143-159, mar.-abr. 2011. https://doi.org/10.1590/S0034-75902011000200003
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007.
BURNS, T. R. The sociology of creativity: a sociological systems framework to identify and explain social mechanisms of creativity and innovative developments. Working Papers CIES/IUL, Lisboa, n. 196, p. 1-38, 2014.
BURT, R. Structural holes and good ideas. American Journal of Sociology, v. 110, n. 2, p. 349-399, 2004. https://doi.org/10.1086/421787
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CASTELLS, M.; CARDOSO, G.; CARAÇA, J. A crise e seus efeitos. São Paulo: Paz e Terra, 2013.
CAVES, R. Contracts between arts and commerce. Journal of Economics Perspectives, v. 17, n. 2, p. 73-83, 2003. https://doi.org/10.1257/089533003765888430
COMUNIAN, R. Uma cidade criativa de tipo relacional: para uma cartografia das ligações em rede entre os setores público, privado e sem fins lucrativos nas indústrias criativas. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 99, p. 99-124, 2012. https://doi.org/10.4000/rccs.5126
CORAZZA, R. I. Criatividade, inovação e economia da cultura: abordagens multidisciplinares e ferramentas analíticas. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, v. 12, n. 1, p. 207-231, 2013. https://doi.org/10.20396/rbi.v12i1.8649059
COSTA, A. D.; SANTOS, E. R. S. Economia criativa no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Economia & Tecnologia, ano 7, v. 27, p. 151-159, 2011.
CUNNINGHAM, S. D. et al. Financing creative industries in developing countries. In: BARROWCLOUGH, D.; KOZUL-WRIGHT, Z. (org.). Creative industries and developing countries: voice, choice and economic growth. Londres e Nova York: Routledge, 2008. p. 65-110.
DENNING, S. Metrics for the emerging creative economy. Strategy & Leadership, v. 42, n. 5, p. 18-27, 2014. https://doi.org/10.1108/SL-08-2014-0057
DEPARTMENT FOR CULTURE MEDIA & SPORT (DCMS). Creative industries economic estimates: statistical release. Londres: DCMS, 2014.
DE VAAN, M.; STARK, D.; VEDRES, B. Game changer: topologia dela creatività. Stato e Mercato, n. 102(3), p. 307-340, 2014.
DILÉLIO, R. C. Economia criativa e a nova agenda econômica. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 50, n. 3, p. 206-217, 2014. https://doi.org/10.4013/csu.2014.50.3.03
EIKHOF, D. R.; HAUNSCHILD, A. Lifestyle meets market: bohemian entrepreneurs in creative industries. Creativity and Innovation Management, v. 15, n. 3, p. 234-241, 2006. https://doi.org/10.1111/j.1467-8691.2006.00392.x
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). Mapeamento da indústria criativa no Brasil. Rio de Janeiro: Firjan, 2019.
FERRAZ, T. S. Quanto vale a arte contemporânea? Novos Estudos, São Paulo, n. 101, p. 117-132, mar. 2015. https://doi.org/10.1590/S0101-33002015000100006
FLEW, T.; CUNNINGHAM, S. Creative industries after the first decade of debate. The Information Society, v. 26, n. 2, p. 113-123, 2010. https://doi.org/10.1080/01972240903562753
FLIGSTEIN, N.; MCADAM, D. A theory of fields. Nova York: Oxford University Press, 2012.
FLORIDA, R. A ascensão da classe criativa. Porto Alegre: L&PM, 2011.
FREEMAN, C.; SOETE, L. A economia da inovação industrial. Campinas: Editora da Unicamp, 2008.
GLAESER, E. Os centros urbanos: a maior invenção da humanidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
GOLGHER, A. B. A distribuição de indivíduos qualificados nas regiões metropolitanas brasileiras: a influência do entretenimento e da diversidade populacional. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, p. 109-134, 2011. https://doi.org/10.1590/S0103-63512011000100004
HABERMAS, J. A nova obscuridade. São Paulo: Editora da Unesp, 2015.
HERSCOVICI, A. O “capitalismo imaterial”: elementos para uma análise (socio)econômica. Novos Estudos, São Paulo, n. 102, p. 133-151, 2015. https://doi.org/10.25091/S0101-3300201500020008
HOWKINS, J. Economia criativa. São Paulo: M. Books do Brasil, 2013.
HUTTER, M. et al. Research Program of the Unit “Culture Sources of Newness”. Discussion Paper SP III, Berlim, v. 405, p. 1-38, 2010.
KIM, C. Labor and the limits of seduction in Korea’s creative economy. Television & New Media, v. 15, n. 6, p. 562-576, 2014. https://doi.org/10.1177%2F1527476413485644
KONG, L. Ambitions of a global city: arts, culture and creative economy in “pós-crisis” Singapore. International Journal of Cultural Policy, v. 18, n. 3, p. 279-294, jun. 2012.
KÖSTER, P. R. et al. La cultura como factor de innovación económica y social. Valência: Econcult/IIDL/Universitat de València, 2013. (Proyecto Sostenuto.)
LAHIRE, B. A cultura dos indivíduos. Porto Alegre: Artmed, 2006.
LANDRY, C. Cidade criativa: a história de um conceito. In: REIS, A. C. F.; KAGEYAMA, P. (org.). Cidades criativas: perspectivas. São Paulo: Garimpo de Soluções, 2011. p. 7-16.
LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. A cultura-mundo: resposta a uma sociedade desorientada. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
MARKUSEN, A.; GADWA, A. Creative placemaking. Washington, D.C.: Report Economic Research Services/Metris Arts Consulting, 2010. 69 p.
MARTINAITYTÈ, E.; KREGZDAITÈ, R. The factors of creative industries development in nowadays stage. Economics and Sociology, v. 8, n. 1, p. 55-70, 2015. https://doi.org/10/14254/2071-789X.2015/8-1/5
MILLER, T. La nueva derecha de los estúdios culturales – las industrias creativas. Tabula Rasa, Bogotá, n. 15, p. 115-135, 2011. https://doi.org/10.25058/20112742.100
MORAES, J. L.; SCHWARTZ, G. Cidades criativas e conexão audiovisual. Informações Fipe: Temas de Economia Aplicada, São Paulo, p. 12-14, 2011.
NOVY, J.; COLOMB, C. Struggling for the right to the (creative) city in Berlin and Hamburg: new urban social movements, new “spaces of hope”? International Journal of Urban and Regional Research, v. 35, n. 5, p. 1816-1838, 2013. https://doi.org/10.1111/j.1468-2427.2012.01115.x
OLIVEIRA, M. C. V. Os trabalhadores da economia da cultura: novas tendências e velhas lições. In: SALERNO, M. S. et al. (org.). Inovação: estudos de jovens pesquisadores brasileiros. São Paulo: Papagaio, 2010. v. 1. p. 314-362.
PEUTER, G. Creative economy and labor precarity: a contested convergence. Journal of Communication Inquiry, v. 35, n. 4, p. 417-425, 2011. https://doi.org/10.1177%2F0196859911416362
POWELL, W.; SNELLMAN, K. The knowledge economy. Annual Review of Sociology, v. 30, p. 199-220, 2004. https://doi.org/10.1146/annurev.soc.29.010202.100037
RAJCHMAN, J. O pensamento na arte contemporânea. Novos Estudos, São Paulo, n. 91, p. 97-106, nov. 2011. https://doi.org/10.1590/S0101-33002011000300005
RAMELLA, F. Sociologia dell’innovazione económica. Bolonha: Mulino, 2013.
REIS, A. C. F. Cidades criativas: da teoria à prática. São Paulo: Sesi, 2012.
REIS, A. C. F. Economia criativa como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo: Itaú Cultural, 2008.
SHIN, H.; STEVENS, Q. How culture and economy meet in South Korea: the politics of cultural economy in culture-led urban regeneration. International Journal of Urban and Regional Research, v. 37, n. 5, p. 1707-1723, 2013. https://doi.org/10.1111/j.1468-2427.2012.01161.x
SWEDBERG, R. Max Weber e a ideia de sociologia econômica. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2005.
SWEDBERG, R. The cultural entrepreneur and the creative industries: beginning in Viena. Journal Culture Economic, v. 30, n. 4, p. 243-261, 2006.
TOLEDO, D. G. C.; BARBOSA, I. S. Indicadores de inovação não tecnológica. In: SALERNO, M. S. et al. (org.). Inovação: estudos de jovens pesquisadores brasileiros. São Paulo: Papagaio, 2010. v. 1. p. 204-223.
TOURAINE, A. Crítica da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1994.
TOURAINE, A. Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. Petrópolis: Vozes, 2003.
TREMBLAY, D.; DARCHEN, S. The attraction/retention of knowledge workers and the creative city paradigm: can we plan for the talents and at what coast? The case of Montreal. Research note of the Canada Research Chair on the Socio-organizational Challenges of the Knowledge Economy. Montreal: Université du Québec, 2011.
TRIGO, J. P. El debate de la creatividad y la economia em las ciudades actuales y el papel de los diferentes actores: algunas evidencias a partir do caso de estudio de Madrid. Investigaciones Geográficas, n. 87, p. 62-75, 2015. https://doi.org/10.14350/rig.40700
ULLDEMOLINS, J. R.; JIMÉNEZ, L. P. Cultura, transformación urbana y empoderamiento ciudadano frente a la gentrificación: comparación entre el caso de Getsemaní (Cartagena de Indias) y el Raval (Barcelona). Eure, v. 42, n. 126, p. 97-122, 2016.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT (UNCTAD). Creative Economy: Report 2008. Genebra: Nações Unidas, 2008.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT (UNCTAD). Creative Economy: Report 2010. Genebra: Nações Unidas, 2010.
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION (UNESCO). Creative Economy Report 2013. Especial edition: widening local development pathways. Genebra: Nações Unidas, 2013.
UZZI, B.; SPIRO, J. Collaboration and creativity: the small world problem. American Journal of Sociology, v. 111, n. 2, p. 447-504, 2005. https://doi.org/10.1086/432782
VANOLO, A. Alternative capitalism and creative economy: the case of Christiania. International Journal of Urban and Regional Research, v. 37, n. 5, p. 1785-1798, 2013. https://doi.org/10.1111/j.1468-2427.2012.01167.x
WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: Editora da UnB, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
Ressaltamos que a responsabilidade dos artigos é de exclusividade do(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, a opinião dos Editores ou da ESPM.





