O impacto social do trabalho das trancistas brasileiras e o ativismo feminista negro interseccional
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.092723-39Palavras-chave:
Tranças, Trancistas, Feminismo Negro, Interseccionalidade, Economia CriativaResumo
O texto discute o ativismo feminista negro de trancistas na diáspora africana no Brasil e o impac- to social de sua prática. Embora o movimento de mulheres negras trancistas permaneça lutando para a formalização dessa categoria, os efeitos de suas ações são notáveis na sociedade. Por meio do pensamento feminista negro interseccional, construímos a fundamentação teórico-metodo- lógica, enfocando o que tem sido desenvolvido por diferentes trancistas, tomando a experiência vivida como critério de conhecimento válido entre mulheres negras. Nesse sentido, este trabalho objetivou apresentar alguns aspectos observados nas análises de pesquisa de campo com trancis- tas de diferentes regiões do Brasil. Os resultados apontam que as mulheres negras trancistas pre- servam os saberes ancestrais do trancismo, desenvolvendo seus conhecimentos conectadas ao seu tempo histórico, expressando o ativismo feminista negro interseccional ao garantir a subsistência individual e coletiva; participando de projetos de transformação social e dialogando com o seu território em diferentes instituições brasileiras.
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