“Crônicas do Mal de Amor”: Elena Ferrante e a subversão da “performatividade do gênero feminino”

Autores

  • Verônica Daminelli Fernandes Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.22398/2525-2828.1376-91

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar como a produção literária se insere no contexto da economia criativa como espaço de luta e denúncia sociais. Para isso, propomos uma leitura do livro “Crônicas do Mal de Amor”, da italiana Elena Ferrante, que ilustra o rompimento do imaginário comum sobre a “identidade natural” das mulheres. Além de mostrar uma literatura que problematiza a subjetividade das mulheres numa atualidade em que o “ser-mulher” continua engessado dentro daquilo que Judith Butler chamou de “performatividade de gênero”, tal trabalho visa ilustrar de que modo a escrita de Ferrante tenta subverter a inteligibilidade do gênero “feminino”.

Biografia do Autor

Verônica Daminelli Fernandes, Universidade Nova de Lisboa

Verônica Daminelli Fernandes é doutoranda com bolsa da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) em
“Estudos Portugueses” (Estudos de Literatura e Cultura) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), Portugal. Tirou o Mestrado em “Ciências da Comunicação” pela
mesma instituição (FCSH-UNL) e é licenciada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRio,
Brasil) também em “Comunicação - Jornalismo”. Com especialização em GWSS (Gender, Women and
Sexuality Studies) desenvolvida principalmente na sua estadia como scholar e researcher na Universidade de
Minnesota, EUA, durante o ano de 2011, tem a sua pesquisa baseada nas teorias feministas e pós-coloniais. A
sua dissertação é focada nas representações literárias da erótica e subjetividade das mulheres nas culturas de
língua portuguesa do Brasil e de Portugal, nomeadamente a partir do século XIX até a contemporaneidade.

Referências

BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BUTLER, Judith. Bodies that matter: on the discursive limits of “Sex”. New York: Routledge, 1993.

BUTLER, Judith. Performative acts and gender constitution: an essay in phenomenology and feminist theory. Theatre Journal, [s.l.], v. 40, n. 4, p.519-531, dez. 1988.

FERRANTE, Elena. Crônicas do mal de amor. Lisboa: Relógio D’Água, 2014.

FERREIRA, Ana Paula. Maria Isabel Barreno e a subversão do senso comum do género. In: PRETOV, Peter et al (Ed.). Avanços em literatura e cultura portuguesas do século XX. Santiago de Compostela: AIL; Faro: Através Editora, 2012. p. 199-208.

LACAN, Jacques. On feminine sexuality, the limits of love and knowledge, 1972-1973. New York: Norton & Company, 1975.

McCLINTOCK, Anne. Imperial leather: race, gender and sexuality in the colonial contest. New York: Routledge, 1995.

MOI, Toril. The kristeva reader. Columbia University Press, 1986.

NAGEL, Joane. Race, ethnicity, and sexuality. intimate intersections, forbidden frontiers. New York, Oxford University Press, 2003.

SOLER, Colette. O que Laca dizia das mulheres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.

WOOD, James. Mulheres nos limites: a ficção de Elena Ferrante. The New Yorker, 21 de janeiro de 2013.

YUVAL-DAVIS, Nira. Gender e nation. Los Angeles: SAGE Publications, 2008.

Downloads

Publicado

2017-01-13

Edição

Seção

Artigos